Sorriso largo...

terça-feira, 20 de março de 2012

História feita de emoção, por Maria do Rosário Lustosa

Há algum tempo matutava em fazer uma nota para a obra de Maria do Rosário Lustosa, poeta popular, natural de Juazeiro do Norte, é cordelista daquelas de “musa cheia”, como diziam os primeiros poetas, que trouxe a lume uma publicação primorosa, em que narra em sextilhas, de sete sílabas métricas a saga da formação da cidade de Juazeiro do Norte, desde os seus primórdios, quando era apenas um simples povoado, até nossos dias em que se mostra produtiva e esplendorosa.

Inicia sua trajetória em versos situando a geografia privilegiada da zona do Cariri, desde o início do século XVII. Fala da presença dos índios que deram origem ao nome CARIRI. Enumera todas as regiões e suas riquezas naturais e de terras agricultáveis, constituindo um grande Parque em biodiversidade.

Seu livro é dedicado ao povo de Juazeiro, ao padre Cícero Romão Batista e aos romeiros, que para lá acorreram e acorrem até os dias atuais em agradecimento às beneces obtidas, por meio do padre Cícero. Levam oferendas e acampam na cidade em orações.

A cidade teve início, como nos conta a autora com a chegada do padre Pedro Ribeiro, com a construção de um pequeno vilarejo ao lado de três juazeiros. Ali foi construída uma capelinha, que mais tarde se tornaria a Matriz de Juazeiro.
Em 1830, o lugarejo torna-se povoado e em 1837, chega ao povoado o padre Cícero Romão Batista, mais que um homem, um mito, com a missão divina de transformá-lo em cidade.

A vida do padre Cícero é cercada de mistérios, como toda aquela região. Em 1889, configura-se o milagre da hóstia, que mudaria para sempre a rotina de Juazeiro do Norte e a vida do padre Cícero, quando Maria de Araújo ao comungar pelas mãos do padre, verte sangue em sua boca - configura-se o milagre da hóstia. Desde então, para lá acorrem romeiros de todo o Nordeste e do país em busca de curas para seus males e conforto para os infortúnios. Buscam alcançar as graças mais básicas da condição humana – saúde, alimento, trabalho e paz.

A fama do padre capaz de realizar milagres cruzou o país e as fronteiras. Os episódios chegam à cúpula da Igreja Católica, que decide pela excomunhão do padre Cícero. Apesar de tudo, o povo não abdica de seguí-lo e aceitar seus conselhos, devotando-lhe total lealdade.

Maria do Rosário Lustosa dedicou anos a esta pesquisa que possibilitou narrar toda a saga de uma cidade e seu principal representante – sua formação, as características geográficas, culturais e sociais da população que ali fixou raízes - as personalidades que contribuíram para o engrandecimento do lugar e afirmação da sua reputação. Foram médicos, comerciantes, fazendeiros e, até mesmo bandoleiros.

Toda a narrativa em versos é fértil em informação, documentação e recheada de emoção. Página a página somam-se os fatos mais significativos que constituem a bela história de Juazeiro do Norte. É uma leitura leve, porque em versos rimados e metrificados, mas DENSA em emoções, deixando claro que a cidade está de portas abertas para receber romeiros e visitante curiosos pela vida do padre que fez de Juazeiro do Norte uma das cidades mais importantes da zona do Cariri.

Ler os versos de Maria do Rosário Lustosa informa, esclarece fatos e, principalmente EMOCIONA! Para ela fica o singelo acróstico:

Rosário Lustosa é
Organizada nos versos,
Soma amor e emoção.
Assídua, sem controversos.
Real em suas pesquisas,
Intervenções bem concisas,
Os poemas são diversos 
*
Luta pela história.
Usa de sua memória.
Salve seu Juazeiro!
Toma nota decisória.
Ousada em seu diário.
Segue o abecedário,
Acompanha a trajetória.
(Maria Rosário Pinto, sua Xará)
Rio, 20 de março de 2012.

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