Sorriso largo...

domingo, 25 de dezembro de 2011

NATAL X MULHER na visão de Sávio Pinheiro



Sávio Pinheiro, poeta e membro da ABLC, que nos traz seu poema de Natal com a temática do nascimento de Jesus mas, sempre objetivando alertar a mulher para os cuidados com a saúde - na gravidez e parto.


NATAL SEM PRÉ-NATAL


No mês nono antes de Cristo
Uma jovem fecundou
O fruto da esperança
Que ela, encantada, sonhou,
O seu nome era Maria,
Por liberdade, lutou.

Gravidez não planejada,
Calmamente, ela aceitou,
Sendo fruto de uma luz
Divina, assim brotou,
Santo menino Jesus
No seu ventre se gerou.  

A gestação transcorreu
Sem existir pré-natal
Realizado por leigo
Ou por profissional.
Somente a fé no seu Deus
Reacendeu-lhe a moral.

Sua residência modesta
Sem condição sanitária
Dificultava o viver
(Vida era temporária).
Tinha assistência difícil,
Faltava Atenção Primária.

No ventre avolumado
A criancinha crescia,
Sem um acompanhamento, 
A fé em Deus a nutria,
A gravidez dava a graça
E a esperança luzia.

Sentindo-se indisposta
Era grande o seu tormento,
Pois sem existir equipe
Pra lhe dar contentamento
Sobrava a fé no seu Deus
Pra lhe acalmar o lamento.

Se as pernas lhe pesavam
Ou as doíam, somente,
Ela ficava tristonha
Suportando humildemente
Rezando para o Deus-pai
E o louvando bravamente.

Quando o vômito se mostrava
E a azia, ela sentia,
Sofria muita gastura,
Pois o Dramin não havia
E elevando as mãos pro céu
Ao Deus-pai, ela pedia.

O Imperador Romano
Pra controlar a nação
Ordenava que o censo
Contasse a população
Organizando o seu povo,
Apesar da migração.

A nossa Virgem Maria
Sendo mulher de ação
Sabia que, em Nazaré,
O censo era obrigação
Tendo, ela, que constar
Como membro da nação.

Sendo este obrigatório
A esperta santa implora:
- Meu José cuide em buscar,
Precisamos ir agora,
Arranje logo um transporte,
Pois temos que ir embora.

São José atarantado
Laçou um jumento forte,
Um asno muito ligeiro,
Que o preservava por sorte,
Dando a família castiça
A esperança de um norte.

Já perto do nono mês
Ela sente as contrações
Que, apesar, de indolores,
Anunciam vibrações
Dando a Santa Maria
Sublimes resoluções.

Ela olha o firmamento
E sente algum desatino,
Mas estando amparada
Pelo Dono do destino
Prevê o belo futuro
Deste sagrado menino.

Ele dá um pontapé
E mexe com harmonia
E Ela vendo que está próximo
E chegando o grande dia
Fica bastante contente
E com sublime alegria.

Os olhos celestiais,
Que orbitavam em Maria
Reluziam para o mundo
Com toda a pedagogia
Irradiando a esperança,
Que Deus almejou, um dia.

Uma dor no baixo ventre
Sente a compadecida
Pressentindo aproximar-se
O surgir de uma nova vida,
Tendo, já, que se abrigar,
Ter proteção garantida.

Numa outra contração
A Santa Maria implora:
- José, trate de arranjar 
Um bom abrigo, agora!
(- Não tinha casas de parto
Para atender à senhora).

A cidade de Belém 
Estando superlotada,
Não havia um só lugar
Para mantê-la hospedada.
Daí, Maria pernoitar
Embaixo de uma latada.

Em singela manjedoura
Nasce o menino Jesus
Sem serviços de saúde
Nem assistência do SUS
Pais e filho sem agasalhos
Sem enxoval, quase nus.

A criança quando chora
Já Irradia o seu poder
E exalando o tom da graça
Dá aos pais grande prazer.
- Nasce o menino de Deus
Para o mundo proteger.

Sávio Pinheiro
NATAL de 2011
(diretamente de Fortaleza, CE)
Foto: portalodm.com.br
Gravidez Parto 

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