Sorriso largo...

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

7 DE SETEMBRO DE 1822, a Independência, aconteceu?

 Neste 7 de setembro de 2023, manifesto minhas dúvidas sobre a data, publico o poema "7 de Setembro de 1822, a Independência, aconteceu?", publicado no livro "A independência do Brasil em cordel, 200 anos de fatos que marcaram a história", 2023, organização de Fernando Assumpção/Associação de Amigos da Literatura de Cordel - AMO CORDEL. - uma releitura sob a ótica de poetas/isas populares.



7 DE SETEMBRO DE 1822,
a Independência, aconteceu?
1
Dia vinte e dois de abril,
Daquele mil e quinhentos,
Que por aqui chegaram
Os portugueses sedentos,
Por descobrir terras novas,
Acossados pelos ventos.
2
Em expedições marítimas,
Então estes navegadores,
Enfim, aqui chegaram.
Em meio a muitos rumores,
O termo “descobridores”,
Discutido com rigores.
3
O termo “descobrimento”,
Sempre foi questionado.
Havia os originários
Já de outros tempos datado.
"Chegada dos portugueses"
É termo melhor grafado.
4
Em mil oitocentos e oito
Foi que aqui a Corte chegou.
Veio fugida de guerra.
Logo ao Brasil subjugou.
Usurpando nossas casas.
E ao índio escravizou.
5
No período Joanino,
Se deu a modernização.
Elevado a Reino Unido,
Assim, se fez a junção.
E a Revolução do Porto
E a volta de Dom João.
6
Dom Pedro feito Regente
Fez grandes transformações
Dentre elas, a construção,
Sob suas concepções,
Criar um Império Brasileiro,
Face às insatisfações.
7
Câmaras fizeram pleito
Para as Cortes, eleição.
Mantinham-se, assim fiéis
Leais sem qualquer senão.
Firmaram seus pensamentos:
De Não à separação!
8
Não sei se houve a liberdade,
Talvez, quem sabe foi a morte.
Esta nossa Independência,
Não caminhou em boa sorte.
Os estados do Nordeste
Não assumiram o recorte...
9
O Sete de Setembro (1822)
De nada significou.
E tão pouco a Aclamação,
No Nordeste, não colou.
E foi em Doze de Outubro, (1822)
Que o impasse se instaurou.
10
Assim, então, cresceu o “embrolho”.
No ano de vinte e cinco (1825)
Dom João reconheceu,
Só entre tramelas e trinco,
Mas ainda pela metade,
E do Brasil levou os brincos.
11
Determinou para si
Título de Imperador
Do Brasil e Portugal.
Só aumentando o clamor.
Registrou tudo em Cartório.
E foi sem qualquer pudor.
12
O Rei Dom João era esperto,
Nesta ação familiar.
O impasse permaneceu.
E que só veio a cessar,
Na data da Abdicação.
E tivemos que esperar...
13
Dom Pedro viveu divido,
Entre Brasil e Portugal.
Era homem de dois mundos:
Absoluto e Liberal,
E, foi Europeu e Americano.
E de nenhum teve o aval.
14
Pois, sua biografia
Foi muito depreciada.
Só com Otávio Tarquínio,
Ela foi recuperada.
Somente na sua morte,
Teve a vontade acatada.
15
Com os ossos no Brasil
E o seu coração no Porto,
Numa existência dual.
Nem mesmo depois de morto,
Seus restos tiveram paz,
Não conheceu reconforto!
16
Em nossos livros didáticos
Esta controversa história,
Não faz parte das Escolas.
Não há registro, nem memória
É por isto que repito:
História contraditória!
17
Por tantas idas e vindas,
Os percalços dessa história
Ficaram sempre marcados
Bem fundo em nossa memória.
Até hoje não sabemos,
Se no Grito houve vitória.
18
Desde o início que o Brasil,
É feito por predadores.
É um país violento,
Desde os colonizadores
Submetendo os povos,
Espoliando valores.
19
Entram e saem governos,
Cada qual o mais sangrento.
A marca do extrativismo
Das florestas, cem por cento.
O povo passando fome:
População ao relento.
20
Ciclos vão se repetindo.
Pois, hoje são os garimpeiros,
A invadirem as florestas.
Há também os madeireiros.
Antes foram Bandeirantes
Todos eles embusteiros.
21
E no século vinte e um,
A mesma luta sangrenta,
Matando os desiguais.
E o povo já não aguenta,
O crime banalizado,
Nesta guerra tão cru nojenta.
22
O Brasil, ainda sem rumo,
A barbárie nos assola
Mais de quinhentos anos
Vivendo sob a pistola.
Morrem velhos e crianças,
E não saímos da bitola.
23
Pelo que a história nos diz,
Pelo tanto que vivemos,
Não queremos repetir,
Tantos erros que tivemos.
Dias de medo e de dor.
Vivendo sempre em extremos.
24
Estou mesmo a matutar,
Nestes versos ora lidos.
Pensando no que seriam,
Aqueles tempos vividos.
Essa Tal Independência
Não foi somente aparência?
Foram apenas mugidos?
(Rosário Pinto)
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