Cordel de Saia oferece aos seus leitores mais um folheto de produção feminina. A mulher e sua trilha,
2013, de Maria Rosário Pinto, publicado pela HB Gráfica de Juazeiro do
Norte. Se desejar adquirir, solcite para rosariuspinto@gmail.com
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A
mulher e sua trilha
Divina
musa! inspirai-me
Para
narrar uma história
Que,
os menestréis me contaram.
Mulheres
de amor e glória,
Ilustraram
os romances
De
beleza e vitória
2
Meus
poetas cordelistas
Hoje,
venho vos narrar,
As
histórias do passado,
De
princesas vou falar,
Vivendo
encasteladas,
Querendo
o amor desfrutar
3
E
muitas destas princesas
Em
noites de escuridão
Choraram
por seus amores
Naquela
horrível prisão
Sonhando
contos de fadas
De
amores e paixão
4
Mas
isto foi lá na Europa
Aqui
a vida é mais dura
Não
há príncipe encantado
Somente
a desventura
Marcada
pelo cangaço
E
um mundo de amargura
5
Sem
desfrutar do amor
Mulheres,
quase meninas,
Transformaram
suas vidas
Num
castelo de ruínas
Filhas
de pais muito austeros
Amargaram
tristes sinas
6
E
quando se rebelavam,
Seus
pais desorientados
Reféns
da ignorância
Davam-lhes
as costas, coitados!
Sem
imaginar que um dia
Sem
preconceito ou pecados
7
Aquelas
mesmas mulheres
Que
lutaram por amores
De
suas prisões voaram,
Superando
suas dores
Cantando
e trabalhando
Desenvolvendo
pendores
8
Com
amor e com trabalho
Conquistaram
seu espaço
Ampliaram
os horizontes
Vivendo
sob o compasso
Do
pensamento liberto
Nunca
pensando em fracasso
9
Nosso
mundo evolui
Hoje
a mulher determina
Que
norte dará à vida
Mesmo
sendo nordestina
Não
carrega o estigma
Daquela
pobre menina
10
Tristes
tempos do passado
Quando
as meninas caseiras
Sem
muita oportunidade
Só
casamento e canseiras
Cheias
de filhos, coitadas!
Era
muita trabalheira
11
Hoje
ela tem profissão
Escolhe
a vida que quer
Sem
preconceito que diga
Se
meretriz, ou qualquer!
Conquistou
a felicidade
O
orgulho de ser mulher
12
No
mercado de trabalho
Conquistou
sua projeção
Em
outros tempos diriam
Isso
é conversação
Num
mundo tão masculino
É
mesmo pura invenção
13
Estatísticas
demonstram
Em
percentual seguro
A
mulher ultrapassou
Da
universidade, o muro
Soma
número relevante
Demarcando
o seu futuro
14
Além
de educadoras,
De
propensões naturais
São
cientistas, sim senhor!
Estudam
mapas astrais,
Olhos
observadores,
Nos
círculos celestiais
15
Antes
os olhos só viam
Estrelas
de romantismo...
Indagam
solenes, agora,
Sobre
o ambientalismo
Não
esquecendo sequer,
De
estudar o ecologismo...
16
São
mulheres engajadas
Crescendo
junto com os filhos,
Os
companheiros percebem
Na
profissão os seus brilhos
À
braços com suas mulheres
Têm
que andar nos trilhos
17
Com
o futuro garantido
E
sempre pra frente olhando
Uma
vida mais tranqüila
Assim,
vão assegurando,
Vivendo
de seus trabalhos
Elas
vão se orgulhando
18
São
as mulheres de hoje
Cumprindo
suas jornadas
São
mães e profissionais
Caminhando
nas estradas
Sustentando
os seus lares
Amando
e sendo amadas
Maria
Rosário Pinto
Rio,
2012.
(Dedicado
a Dalinha Catunda,
Mulher
guerreira e poeta popular)
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