Texto: Dalinha Catunda
(imagem da internet)
MULHERES CANTANDO
O QUADRÃO À BEIRA-MAR
1-Dalinha Catunda
O sol empalidecendo
Ondas subindo e descendo
Nossa paixão acendendo
E o barco a sacolejar.
No balanço do veleiro
Um amor aventureiro
Vivi com meu timoneiro
No quadrão à beira-mar.
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
2-Rosário Pinto
Lá no Planalto Central
Em Brasília a capital
Numa noite magistral
A lua a desmaiar
Uma paixão, de repente
Na vida se fez presente
Na cidade reluzente
No quadrão à beira-mar
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
A MULHER EM TRÊS TEMPOS NO CORDEL
1º - a mulher teve grande importância no ofício de repassar a cultura popular. Foi mestre emdifundir suas tradições, contando histórias, lendas, causos, cantando cantigas de ninar, fazendo advinhas, cantando cantigas de roda, repassando as superstições, pois tudo isso é parte da andante cultura oral. O cordel parente próximo do repente não ficou de fora, era lido contado ou cantado, também, por mulheres. E era assim as pessoas tempos atrás, se reuniam em alpendres terreiros e calçadas;
2º - a mulher foi tema dos folhetos nas mais diversas formas: a musa, louvada por seus poetas, escrachada por outros, conforme o olhar de cada bardo sobre a figura feminina; e,
3º - finalmente, chegou a vez da mulher marcar espaço como poetiza e, ocupar seu lugar ao lado do homem de igual para igual. Não, apostando numa competição, e sim numa parceria. E assim, aconteceu. A mulher hoje escreve cordel, ocupa as academias de literatura popular, onde antes era apenas um clube do bolinha, enfim, a mulher ganhou voz e começa a ser respeitada como poeta cordelista.
Mais uma vez, consegue reunir, aglomerar, não em alpendres, calçadas e terreiros, na debulha do feijão, mas num espaço mais amplo, a internet! Onde navega com garra desbravando novos caminhos e fincando sua bandeira.
Estas mulheres, que juntei para cantar um QUADRÃO A BEIRA MAR, todas engajadas e comprometidas em escrever literatura de cordel e explorar novos espaços, inclusive os das mídias contemporâneas.
*
Dalinha Catunda/ABLC e /AILCA(*1)
Rosário Pinto/ABLC
Creusa Meira/Bancária
Nizete Alencar/ACC (*2)
Williana Brito/ACC
Francy Freire/professora
Josenir Lacerda/ABLC e /ACC
Anilda Figueirêdo/ACC
Bastinha Job/ACC
Bastinha Job/ACC
*
Hoje, nos reunimos através da internet. Se não nos cabe fazer o repente ao vivo, como manda o figurino, é porque somos cordelistas e não repentista, fazermos sim, nosso repente virtual, nossa peleja virtual, utilizando modalidades do repente tradicional.
*
Entre nessa roda e traga sua contribuição de mulher envolvida e dinãmica. Deixe AQUI seu recado em verso.
Texto: Dalinha Catunda
(*1)*AcademIa Ipuense de Letras Ciências e Artes
(*2)Academia dos Cordelistas do Crato
3-Creusa Meira
Queria por um momento
Falar de contentamento
Esquecer o sofrimento
Neste breve versejar
Sorrir para não chorar
Ao lembrar o triste dia
Que perdi minha alegria
No quadrão à beira mar
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
4-Nezite Alencar
Pelo mar, entre os abrolhos,
Lembro o verde dos seus olhos,
As lágrimas me descem aos molhos,
Pois é grande o meu penar:
Um dia um barco ligeiro
Levou meu amor primeiro
Vestido de marinheiro
No quadrão à beira mar.
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito à beira mar.
*
5-Williana Brito
Sentindo a brisa cheirosa
Naquela hora saudosa
Ouvi uma voz bondosa
Dentro de mim declarar:
A vida é dom, é presente,
Amor é o que move a gente,
Cante e viva bem contente
No quadrão à beira-mar.
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
6-Francy Freire
Meu amor vai na garoa
Remando em sua canoa
Cantando uma rima boa
Pra solidão espantar.
E eu fico aqui tão sozinha,
Levando a mesma vidinha,
Da sala para a cozinha
No quadrão a beira-mar.
“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
7-Bastinha Job
A natureza tão bela
A gente sente e ver nela
A mão de deus que nos vela
No céu, na terra , no ar;
No dia quando amanhece
Na noite quando escurece,
Nossa mão se eleva em prece
No quadrão a beira mar
“ beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
8-Josenir Lacerda
A onda beijando a praia
No poente o sol desmaia
E o céu perene atalaia
Dia e noite a vigiar.
Assim também é meu sonho
Ora alegre, ora tristonho.
Em versos traduzo e ponho
No quadrão a beira mar.
“ beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
9 – Anilda Figueiredo
No luar do meu sertão,
Entreguei meu coração,
Ao fogo de uma paixão,
Hoje resta recordar:
Fecho os olhos, sinto o cheiro
Daquele belo vaqueiro,
Que me abraçou no terreiro,
No quadrão à beira-mar.
“beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
10-Dalinha Catunda
Este canto feminino
É um canto nordestino
Canto sem desatino
De quem sabe mergulhar.
Não é um canto qualquer
Mas um canto de mulher
Que navega como quer
No quadrão à beira mar.
“beira mar, beira mar
o quadrão só é bonito
quando feito à beira mar!
*
A MULHER EM TRÊS TEMPOS NO CORDEL
1º - a mulher teve grande importância no ofício de repassar a cultura popular. Foi mestre emdifundir suas tradições, contando histórias, lendas, causos, cantando cantigas de ninar, fazendo advinhas, cantando cantigas de roda, repassando as superstições, pois tudo isso é parte da andante cultura oral. O cordel parente próximo do repente não ficou de fora, era lido contado ou cantado, também, por mulheres. E era assim as pessoas tempos atrás, se reuniam em alpendres terreiros e calçadas;
2º - a mulher foi tema dos folhetos nas mais diversas formas: a musa, louvada por seus poetas, escrachada por outros, conforme o olhar de cada bardo sobre a figura feminina; e,
3º - finalmente, chegou a vez da mulher marcar espaço como poetiza e, ocupar seu lugar ao lado do homem de igual para igual. Não, apostando numa competição, e sim numa parceria. E assim, aconteceu. A mulher hoje escreve cordel, ocupa as academias de literatura popular, onde antes era apenas um clube do bolinha, enfim, a mulher ganhou voz e começa a ser respeitada como poeta cordelista.
Mais uma vez, consegue reunir, aglomerar, não em alpendres, calçadas e terreiros, na debulha do feijão, mas num espaço mais amplo, a internet! Onde navega com garra desbravando novos caminhos e fincando sua bandeira.
Estas mulheres, que juntei para cantar um QUADRÃO A BEIRA MAR, todas engajadas e comprometidas em escrever literatura de cordel e explorar novos espaços, inclusive os das mídias contemporâneas.
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Dalinha Catunda/ABLC e /AILCA(*1)
Rosário Pinto/ABLC
Creusa Meira/Bancária
Nizete Alencar/ACC (*2)
Williana Brito/ACC
Francy Freire/professora
Josenir Lacerda/ABLC e /ACC
Anilda Figueirêdo/ACC
Bastinha Job/ACC
Bastinha Job/ACC
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Hoje, nos reunimos através da internet. Se não nos cabe fazer o repente ao vivo, como manda o figurino, é porque somos cordelistas e não repentista, fazermos sim, nosso repente virtual, nossa peleja virtual, utilizando modalidades do repente tradicional.
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Entre nessa roda e traga sua contribuição de mulher envolvida e dinãmica. Deixe AQUI seu recado em verso.
Texto: Dalinha Catunda
(*1)*AcademIa Ipuense de Letras Ciências e Artes
(*2)Academia dos Cordelistas do Crato
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