Dalinha Catunda postou no Cantinho da Dalinha belos e fortes versos sobre nosso país que intitula lucidamente de Agüenta pátria amada! - poesia veemente, um verdadeiro grito de tristeza e de ALERTA!. Devemos sempre lembrar os fatos que envergonharam nossa história e dizê-los claramente, Conquistamos a liberdade de livre pensar, escrever e do falar, mas ainda nos falta incutir vergonha em algumas de nossas caras públicas. É um engodo falar de abastança, quando sabemos que a fome, a miséria, a saúde precária, a educação deficiente ronda nossas vidas e de nossos semelhantes.
Pesquisando na internet encontrei uma das minhas grandes paixões literárias – JOÃO CABRAL DE MELO NETO. E não poderia de citar o trecho abaixo, apenas mais um dos tantos e fortes e belos desse grande autor brasileiro:
“E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.”
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.”
*****
1
Fiquei mesmo a matutar
Nestes versos ora lidos
Pensando no que seria
Aqueles tempos vividos
Essa tal independência
E de que modo viria
2
Nos meus tempos de escola
Sofri medo e angústia
Não podia conversar
Tudo virava injuria
O Estado vigiava
Bem de perto a academia
3
Jovens com ideais
Pensando mudar a vida
Mais saber e mais leitura
Para situação mais munida
Plena de discernimento
E a vida menos bandida
4
Pelo que a história nos diz
Pelo tanto que vivemos
Não queremos repetir
O passado que tivemos
Dias de medo e dor
Vivíamos nos extremos
5
Sem censuras às leituras
Sem queimar A Capital
Do nosso Eça leal
Virou-se na tumba abissal
Não pensou que a ignorância
Neste item era total.
Rosário Pinto
Rio, set 2010
Olá Rosário,
ResponderExcluirObrigada por citar minha postagem e parabéns pelo seu texto.
Beijos,
Dalinha